Um 2010 interminável

Sério. Eita ano que não vai embora de jeito nenhum. Até São Pedro se confundiu e mandou frio pra São Paulo achando que já estamos no próximo inverno. Calma lá, ainda temos 16 dias de dezembro pela frente.

Queria contar do meu ano e fazer um balanço geral, mas acho que 78 meses em um ano é tempo demais pra lembrar aqui.

2010 foi praticamente um Oscar Niemeyer dos anos. Pensando bem, foi meio Benjamin Button: nasceu velho e estranho, mas terminou jovem e bonito (tirando que o Benjamin Button era jovem com alma de velho, ENFIM).

Nesse ano, eu comecei a minha “carreira” no Jornalismo. Tive meu primeiro estágio na área e já estou no segundo… Aprendi a falar sobre ídolos teens, mercado de ações e tendências fashion, entre tantas outras coisas. Trabalhei em dois festivais e tive a oportunidade de ver Rage Against the Machine ao vivo. Escrevi menos, mas certamente melhor. Crônicas non-sense e bem sentimentais, além do jornalismo sério, foram parar em lugares que eu admiro. Cada vez mais eu agradeço por não ter passado no vestibular pra medicina, ainda que, segundo Capote, o ofício de jornalista seja a longa caminhada entre um drinque e outro.

Como sempre, quase nenhuma resolução de Ano Novo foi cumprida: não emagreci, não aprendi a tocar violão, não falei menos. Mas isso não foi ruim e pra 2011 eu não quero nenhuma resolução.

Nesse ano eu também fui eleita pro DCE da faculdade, o que vai me dar muito trabalho e várias náuseas de ter que lidar com uma politicagem desnecessária e sorrisos falsos pra pessoas que usavam indevidamente o dinheiro que eu como aluna pago todo mês.  Mas vai ser bom, amadurecer e botar a mão na massa pra mudar as coisas, ainda que numa pequena amostra do que é a nossa sociedade.

Tive um namorado de ponta a ponta o ano inteiro. Um relacionamento bem atípico mas edificante (e eu sei que essa palavra soa bem evangélica, me processem). Com ele dei risada, chorei, achei que o mundo fosse acabar, cozinhei. E graças a ele nasceram ideias bem bonitinhas que me fizeram exercer e muito uma criatividade que estava quase virando um robô.

Ganhei bons amigos, tive certeza que a minha família é demais e a minha melhor viagem foi pra uma casinha no meio do nada pra ficar cantando de madrugada deitada na cama.

Ouvi adjetivos que iam de jactante (essa palavra existe mesmo), chata pra cacete, inesquecível e muito legal. Os melhores elogios estão guardados comigo e só largo sob decreto.

Meu cabelo teve umas cinco cores diferentes, e meu furo na orelha está 4mm mais largo do que os 6mm do ano passado. Comprei uma camiseta de banda e a usei sem vergonha como não fazia desde os meus 13 anos. Descobri que não preciso deixar de usar tênis pra conseguir as coisas e também comprei meu tênis favorito da vida inteira.

Aprendi que festas de fim de ano de empresa podem ser legais e os chefes também.

E esse texto é meu, só pra eu lembrar as coisas que eu fiz e como esse ano foi contraditório. Eu sei que é muito clichêzão e é um compromisso meu fazer uma crônica natalina no meu estilo, sem ser piegas que nem aqui. E agora, por mais que tenha sido marcante, CHEGA NÉ 2010?

7 pensamentos sobre “Um 2010 interminável

  1. Gabriel disse:

    Pretendo fazer seu 2011 beeeeeeeeeeem melhor q seu 2010, deixei a desejar, sem a pretensão de ocupar MAIS linhas do seu texto de fim de ano, mas sim de ocupá-las MELHOR…

    11 parece ser um número bom….

    1 s2 1

    Te amo!

  2. Paulo Nicolay disse:

    Não encontrei nada melhor para ler sobre este ano. Viva o próximo com todo esse vigor. Parabéns Jornalista!

  3. Emocionei, por fazer parte desse seu 2010 tao especial
    Vida longa ao rock n roll! 🙂

  4. Tati disse:

    Vc é uma figurinha mesmo e um dos pontos altos de 2010. #prontofalei

  5. regina pinheiro disse:

    Nascer para a coisa, é o segredo. Seus textos revigoram o meu espirito, com o humor rascante que já reconheci em outros escritores. Dá-lhe, Chloè.

  6. leticia disse:

    Nune,parabéns!Tive um ano difícil,vc sabe…Mas isso não é desculpa por não ter postado no seu blog ainda…Me desculpe.Eu tenho a vantagem de poder comentar pessoalmente,rssss.Amo vc filha!E eu te agradeço por vc existir e ser um dos principais motivos da minha existência.

    Mamis

  7. […] estava eu com os meus botões lendo o post-balanço de 2010 e mentindo descaradamente para mim mesma sobre como esse ano eu ia fazer uma crônica legal com o […]

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